Crianças não são pequenos adultos...
Crianças não são pequenos adultos...
Evidências experimentais
Problemas de comportamento e atenção. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, publicaram dois estudos (2008 e 2012) analisando dezenas de milhares de crianças. Os pesquisadores concluíram que crianças expostas a celulares antes e depois do nascimento tinham maior probabilidade de apresentar problemas emocionais ou comportamentais do que crianças não expostas a celulares. Em 2017, o maior estudo até então a utilizar dados sobre o uso de celulares durante a gestação, coletados de pais em cinco países, encontrou uma ligação entre o uso excessivo de celulares durante a gestação e problemas de hiperatividade/desatenção em crianças.
O estudo de Divan et al. (2008) identificou maiores índices de problemas emocionais, de conduta e de relacionamento em crianças cujas mães usaram celular durante a gravidez.
A exposição a campos eletromagnéticos durante a gestação e nos primeiros meses de vida tem sido associada a hiperatividade, problemas de comportamento e dificuldades de aprendizado.
Crianças cujos pais usam celular em demasia apresentam lentidão em aprender a falar. Também se tem conhecimento que crianças possuem problemas com memória espacial ao utilizarem celular (A memória espacial é um tipo de memória que nos permite lembrar e navegar pelo espaço físico ao nosso redor).
Transtorno do espectro autista. A exposição a campos eletromagnéticos pode contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de transtornos do espectro autista, ao afetar a expressão genética, o funcionamento neurológico e o desenvolvimento cerebral.
Permeabilidade da barreira hematoencefálica. Níveis muito baixos de radiação eletromagnética podem aumentar a permeabilidade da barreira hematoencefálica , permitindo a entrada de toxinas no cérebro e causando danos neuronais. Pesquisadores alertam que outras barreiras protetoras, como as da placenta, dos olhos, do intestino e dos testículos, também podem estar em risco semelhante.
Glioma e neurinoma acústico. Evidências epidemiológicas indicam um maior risco de glioma e neurinoma acústico associado ao uso frequente de celulares e telefones sem fio, com tumores surgindo nas regiões da cabeça mais expostas à radiação
Em uma série de estudos epidemiológicos de longo prazo (1999 a 2011), o Professor Lennart Hardell e sua equipe investigaram a possível relação entre o uso de telefones celulares e o desenvolvimento de tumores cerebrais. Esta pesquisa analisou padrões de saúde em grandes grupos de pessoas, comparando pacientes com tumores cerebrais com um grupo de controle saudável. Os resultados consistentemente indicaram que o uso prolongado ( ≥ 10 anos) de telefones celulares, particularmente de tipos analógicos mais antigos, estava associado a um risco aumentado de certos tipos de tumores cerebrais, especificamente neuroma do acústico e glioma ipsilateral (no mesmo lado da cabeça onde o telefone era normalmente usado).
O INTERPHONE (2010) foi o maior estudo epidemiológico (caso-controle) coordenado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC/OMS) para investigar se o uso de telefones celulares estava associado a um risco aumentado de tumores cerebrais (glioma e meningioma). O estudo foi realizado em 13 países e comparou milhares de pessoas que desenvolveram esses tumores com um grupo de controle saudável, analisando seus históricos de uso de celular.
Danos genéticos e neurológicos. Estudos científicos apontam que a exposição a campos eletromagnéticos (EMF) pode causar danos genéticos e neurológicos significativos. Muito estudos com radiação de radiofrequência e campos de baixa frequência identificaram alterações no DNA ou nos cromossomos e mudanças na estrutura ou função cerebral.
Leucemia infantil. Os campos eletromagnéticos de baixa frequência estão fortemente associados à leucemia infantil, sendo considerados a segunda principal causa ambiental conhecida, logo após a radiação ionizante.
Efeitos Não Térmicos e Falha na Reparação do DNA. Células-tronco humanas não conseguem reparar o DNA após exposição crônica a micro-ondas em níveis não térmicos. Os danos dependem de fatores como frequência, modulação, duração e tipo de sinal, e não apenas da intensidade.
Interferência na sincronização neural. Campos eletromagnéticos (EMF) e de radiofrequência podem interferir na sincronização neural, essencial para o funcionamento equilibrado do cérebro, coração e sistema digestivo. Como o corpo depende de oscilações elétricas precisas para regular o ritmo circadiano, o metabolismo e os hormônios, a exposição a sinais eletromagnéticos externos pode causar dessincronização, afetando a cognição, o sono e o equilíbrio emocional.
Schwannoma cardíaco. Um estudo de 10 anos e 30 milhões de dólares conduzido pelo Programa Nacional de Toxicologia (NTP) dos EUA expôs animais à radiação de celulares e revelou “evidências claras” de atividade cancerígena, especialmente schwannomas cardíacos e gliomas cerebrais. Revisado em 2018, o estudo foi considerado um marco na compreensão da relação entre radiação de radiofrequência e câncer, segundo o Dr. Otis Brawley, então diretor médico da American Cancer Society.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Obesidade e Asma. Um estudo de 2012 conduzido por cientistas da Divisão de Pesquisa da Kaiser Permanente, publicado na revista Scientific Reports da Nature, descobriu que crianças expostas a altos níveis de radiação magnética durante a gestação apresentavam um risco 69% maior de sofrerem de problemas de peso e obesidade na infância, em comparação com crianças expostas a níveis mais baixos de radiação no útero. Este estudo fez parte de uma série de pesquisas lideradas pelo Dr. De-Kun Li, pesquisador da Kaiser Permanente especializado em epidemiologia reprodutiva e pré-natal. Seu grupo de pesquisa também publicou estudos que constataram que uma maior exposição a campos magnéticos durante a gravidez estava associada a um risco maior de TDAH, obesidade e asma nos filhos da gestante.
Risco de parto prematuro. A Dra. Taylor, chefe do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, foi autora de um estudo realizado com mais de 55.000 mães e filhos em quatro países, constatou que o uso de telefones celulares durante a gravidez está associado a uma gestação mais curta e a um risco maior de parto prematuro.
Risco de aborto espontâneo. Em 2017, o Dr. De-Kun Li, pesquisador da Kaiser Permanente especializado em epidemiologia reprodutiva e pré-natal, ganhou destaque internacional ao publicar seu segundo estudo que relaciona o aborto espontâneo à exposição a campos eletromagnéticos. Financiado pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e com 913 mulheres como participantes, Li e seus colegas descobriram que mulheres expostas a níveis mais altos de campos magnéticos apresentavam um risco 2,72 vezes maior de aborto espontâneo.
Fontes:
1. Bioinitiative
https://bioinitiative.org
2. BabySafe Project
https://www.babysafeproject.org/science
3. Efeitos em crianças
https://ehtrust.org/childrencellphoneradiationeffects/
4. Recomendação da Academia Americana de Pediatria
https://ehtrust.org/american-academy-pediatrics-on-cell-tower-radiation/
5. Campos eletromagnéticos em incubadoras neonatais afetam a saúde de bebês na UTIN
https://ehtrust.org/electromagnetic-fields-neonatal-incubators-effect-nicu-babies-health/
6 - Impactos na gravidez dos campos eletromagnéticos
https://ehtrust.org/science/pregnancy-wireless-and-electromagnetic-fields/
7 - Para pais e grávidas
https://phiremedical.org/resources/pregnant-mothers-parents/
8 - Publicações científicas
https://ehtrust.org/peer-reviewed-research-studies-on-wi-fi/